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Como foi nossa mudança do Canadá para a Alemanha

Caixas de mudança

Desde a nossa decisão de sair do Canadá e vir para a Alemanha, uma das primeiras dúvidas foi o que fazer com todas as nossas coisas. Hoje conto aqui pra vocês um pouco do nosso processo de enviar nossa vida toda em um contâiner de 20 pés para o outro lado do oceano.

E olha que eu penso que não curto muito acumular “coisas”, mas quando a gente vai se mudar, pode ser mesmo dentro da mesma cidade, aí que se vê o quanto de excesso acabamos guardando.

Ainda mais com filhos, várias coisas podem passar dos mais velhos para os mais novos e nós vamos guardando roupas, brinquedos, calçados. Aí já emenda os inúmeros trabalhinhos de escola, livros, cadernos e bloquinhos, lápis de cores e giz de cera.

Eu realmente fiquei abismada quando comecei a decidir o que iria e o que ficaria, no processo de encher caixas.

Mas nesse processo, decidimos que seria o mais interessante levar a maioria das nossas “coisas” depois de uma fase desapego que foi intensa. Veja bem, eu não me considero muito apegada a coisas materiais, tipo coisas da casa e se $$ não fosse um quesito, deixaria 95% das minhas coisas pra trás.

Mas, né gente, vender ou doar 95% de uma família de 7 não é moleza não e pior, comprar tudo do quase do zero novamente para a mesma família, e outra moeda ainda por cima, não era viável.

A fase de “desapego” consistiu em decidir o que seria doado, o que poderia ser vendido e o que seria levado. Muita, mas muita coisa mesmo foram doadas para amigos, vizinhos e algumas instituições. Vendi a maioria de pequenos eletrodomésticos, luminárias e eletrônicos, já que a voltagem na Alemanha é diferente do Canadá e por fim, decidimos o que sobrava para vir conosco.

Yard sale

E este último, a muamba toda a vir conosco, que acabamos contratando uma empresa que faz transporte internacional via marítima, por container.

Começamos fazendo orçamentos, avaliando o que realmente iria (visto que na época dos orçamentos, muitas dos nossos pertences ainda não tinham seguido para suas segundas vidas, ou seja, vendidos ou doados, coisa que fizemos nos últimos 2 meses).

A quantidade me parecia assustadora, especialmente para pequenas coisas. Brinquedos, livros, categorias de “coisas” temáticas (que não são usadas regularmente, mas ainda sim, usadas e portanto iriam ter que ser compradas de novo).

2 meses antes da partida

Lá no último mês, eu fechava de 1 a 3 caixas diariamente e não parecia ter fim. 2 dias antes da nossa partida, veio a equipe (2 homens) da empresa que contratamos e encaixotaram todos os itens frágeis e uma imensidão de miscelâneas que a gente pensava já ter dado um fim.

1 semana antes da partida

Uma semana antes da partida, uma inspeção final foi feita e a bomba: os pertences não caberiam no container, vocês vão ter que reduzir (porque acabamos relaxando e achando que tinha espaço de sobra ainda). Resultado: tivemos que vender e doar algumas coisas que gostaríamos de ter trazido.

Dois dos dias mais estressantes da nossa vida, com certeza.

Dia de mudança, tudo empacotado
Tudo embalado esperando ir para o container – penúltimo dia

1 dia antes da partida

No dia anterior a nossa partida, tudo foi encaixatado ou embalado em papelão bolha. Eles começaram a encher o container. Até coisas que não eram pra vir vieram, pois eles faziam rápido e não conferiam todos os ítens. A casa foi ficando vazia, mas ainda bagunçada ao mesmo tempo.

Dia de mudança

No dia seguinte não era só a nossa partida oficial, mas também o dia de fechar a casa, vazia, e entregar as chaves para os próximos donos.

Empacotando toda a casa
Aquela bagunça sem fim

Dia da mudança

Chegado o dia da partida, nos restou fechar as malas que iriam conosco, despachar nossos cachorrinhos para a empresa que iria fazer a viagem deles (assunto deste post aqui!) e limpar a casa o melhor possível (o que basicamente era juntar todo o lixo e retirar tudo de quinquilharia que tinha sobrado).

Nós e nosso contâiner
Container cheio e lacrado – pronto para sair
Arthur tirando um cochilo antes de saírmos para o aeroporto.

Saímos totalmente esbaforidos, acabados e sem tempo de dar aquele adeus especial para a casa. Ela foi muito especial nesses últimos 6 anos, mas o que segue conosco são as memórias que fizemos nela e é isso que importa, não é?!

Mudança de país
Tudo pra fora – fechando a porta pela última vez…

A empresa de mudança

A empresa que fez os trâmites do nosso contâiner é canadense, mas subcontrata uma empresa alemã para fazer o translado do contâiner quando chega em território alemão. Pesquise por “international relocation” no Google e você pode saber mais sobre empresas que prestam serviços na sua região.

Eles lidaram com toda a questão burocrática, de importação e exportação, mas tudo era isento de tarifas sendo itens pessoais já usados, como era nosso caso. Tudo vinculado ao visto de trabalho do Diego, claro.

Algumas empresas que trazem funcionários de outros países lidam com essa questão translado dos pertences, ou seja, incluem todos os trâmites do envio do contâiner internamente, mas empresa do Diego só forneceu uma cota monetária e tivemos de lidar nós mesmos com todo o resto.

E se ficou a dúvida, tudo isso não sai barato não! Algo na faixa de 5 a 10 mil dólares canadenses, para esse tamanho de contâiner (20 pés).

Nossos pertences chegaram em pouco mais de 3 semanas na nossa casa nova na Alemanha. Quase tudo chegou inteiro, com exceção de algumas poucas coisas que esmagaram ou quebraram (nada importante).

Foi um alívio ver todas as nossas coisas novamente e tivemos certeza que apesar dos gastos grandes e da mão de obra toda que deu, valeu a pena ter grande parte dos nossos pertences, por questões financeiras (porque comprar tudo que veio no container novamente, certamente seria bem mais caro) e sentimentais (especialmente para a criançada).

Espero que vocês tenham gostado de saber como foi a mudança. Qualquer pergunta, deixem nos comentários!