Família,  Maternidade

11 fatos para chegada do bebê no Canadá

Olá pessoal!
Falando com amigas no Brasil e Canadá, futuras ou já mamães, ficou óbvio que eu precisava vir aqui falar um pouco das diferenças que eu vejo na chegada de bebês por aqui e no Brasil.
Claro, minhas filhas nasceram aqui e não no Brasil, mas eu lembro ou as pessoas me falam do que anda rolando por lá e agora, na terceira vez, ressaltam mais e mais as práticas, expectativas e acontecimentos.
Nem vou me concentrar em pré-natal e parto, pois já escrevi um pouco sobre minhas experiências anteriormente aqui no blog e sim, é bem diferente (1º trimestre2º trimestre3º trimestre). Quero falar em breve aqui no blog sobre minha experiência com midwife (parteira) nesta terceira gravidez.

Só vou deixar bem claro, que as opiniões e práticas aqui deste post são baseadas nas minhas experiências pessoais e de forma alguma são regra em todos os casos e todas as famílias. Também não tem certo ou errado, baseado nesses fatos.

1. SEXO/NOME DO BEBÊ

Tem gente que decide saber o sexo do bebê só na hora do nascimento e decidir o nome, portanto, só vai acontecer quando criança nasce, super comum. Poucos canadenses (pessoas desconhecidas) perguntam o sexo da criança durante a gravidez (isso no meu caso). O nome também não é tão relevante até a hora de nascer, pois muitos pais querem ver a carinha e decidir ou por indecisão mesmo.
Ninguém chama pelo nome então, só de baby mesmo. Portanto aqui, ninguém fica perguntando desde dos primeiras semanas de gravidez qual vai ser o nome da criança. Não importa muito, até que a criança nasça e aí sím, se revela o nome.
Acho também que o pessoal julga muita invasão de privacidade, especialmente se você não conhece a pessoa. Exemplo, fomos na festa de Natal da empresa do Diego, com aproximadamente 80 pessoas, a maioria acabou perguntando sim se era menino ou menina, se já não sabia, mas ninguém perguntou se já tinhámos escolhido o nome.

2. ENXOVAL

Acho que no geral, as roupinhas e acessórios pra bebês são bem mais em conta por aqui. Lembro de ver roupinhas minúsculas e caríssimas no Brasil. Aqui dá pra economizar bastante comprando em promoções e não se concentrando em marcas mais caras. Eu, por exemplo, comprei até agora poucas peças de roupa para o nosso bebê que chega logo. Me concentrei nos tamanhos até 6 meses e 90% das peças custaram menos que 10 dólares (a maioria foi promoção mesmo). .
Também não é esperado ter tudo comprado antes do bebê nascer, até digamos 3 anos de idade… A  maioria das mães que conheço, compram o básico para os primeiros meses e vão adicionando coisas com o passar do tempo e necessidade.
Há também muita doação e o hábito de emprestar roupinhas. Eu já emprestei e ganhei emprestada diversas roupinhas na época das meninas. Agora, novo baby já tem várias roupas e artigos que ou vieram doados ou emprestados, super comum e perfeito, pois muitas dessas roupinhas dos primeiros meses são usadas bem pouco mesmo e duram bastante.

3. QUARTO DO BEBÊ

No Canadá, mão-de-obra é cara, na maioria das vezes. Portanto os quartinhos de bebês raramente são sob-medida, altamente customizados com marcenaria e tal. A maioria das pessoas prefere comprar peças soltas e mesmo com ajuda de um profissional para o projeto (tipo eu eu eu eu), acaba montando uma composição com móveis que possam ir evoluindo com a criança e sua faixa etária (o que eu ainda acho totalmente atingível, mesmo num projeto todo sob-medida).
Enfim, a prática é quartos simples e que evolui com os anos (algumas coisas ficam, outras saem, com a idade da criança), sem enormes investimentos.
Veja aqui como ficou os quartinhos de bebê da Alice e Diana.

4. MALA DA MATERNIDADE

Geralmente a mala da mãe é uma mala de mão de viagem comum e a do baby pode ser apenas a bolsa de fraldas.
Uma das maiores diferenças, pelo que ouço. Aqui, a mala de maternidade do bebê vai com poucas roupinhas (uns 2 ou 3 conjuntinhos já tá mais que bom) e talvez uma manta para a saída. Nem todo mundo leva fralda, pois os hospitais geralmente tem disponível.
Os bebês ficam peladinhos, enrolados na mantinha do hospital por praticamente todo os período na maternidade, então não tem necessidade de trazer muita coisa. Diana, por exemplo, ficou 99% do tempo conosco, só foi colocar a primeira roupa, umas 12 horas após o parto.
Também não tem mala personalizada, roupinhas separadinhas/engomadas. A “mala” geralmente é a bolsa de fraldas, aquela que se usa todo dia depois que o baby nasce ou vai tudo na mala normal, junto com as coisas da mãe.

5. PARTO

Ainda na sala de parto – eu e Diana
Aqui no Canadá, os partos são normais (ou mais esclarecidamente, vaginais) a menos que hajam problemas no decorrer da gravidez ou parto que exijam intervenção cirúrgica, no caso, uma cesária. Há também casos de cesárias prévias e outras situações que cesárias são recomendadas ou aceitas, mas raramente vi casos em que a pessoa só quis (sem razão aparecente, além de preferência) ter esse tipo de parto. Engraçado que quando alguém fala que vai passar por uma cesária, o pessoal já fica meio apreensivo e já fala sorry para os futuros pais, como se fosse algo indesejado ou ruim, de fato.
Tudo isso portando, para dizer que bebês aqui realmente não tem data determinada para chegar e apesar da data estimada para o parto estar determinada, bebês são conhecidos por quase nunca serem pontuais. Então tem toda aquela expectativa de que dia será, se vai ser durante o dia ou noite, se a mãe vai chegar de pijama no hospital, numa noite de nevasca ou um dia insolarado.
É realmente uma surpresa. Veja a nossa Diana, chegou bem no dia de Natal!
Leia o relato do parto da Alice e Diana.

6. VISITAS

Diana com 5 dias de vida fora da barriga…
As visitas no hospital são quase que exclusivamente de membros do núcleo familiar (no meu conhecimento). Irmãos do bebê, avós e por vezes tios e amigos mais próximos. Não tem vizinhos, colegas de trabalho, conhecidos e afins vindo visitar no hospital não. As visitas podem sim acontecer, mas em casa e depois dos pais confirmarem que já estão recebendo visitas.

7. LEMBRANÇINHAS

A única peça “personalizada” que fiz para o quartinho da Diana.
Nunca fiz lembrançinha alguma na chegada das meninas, nem para dar no hospital, nem em casa. Simplesmente não é esperado, não faz parte da cultura daqui.
Também não fiz efeite de porta do quarto no hospital, também não se vê por aqui.
(mas se a pessoa tiver vontade, nada impede – só não senti necessidade).

8. ETIQUETA

Vamos dizer que isso é bem pessoal e tem gente que gosta de algumas coisas e outras não.
No que eu tive experiência, as pessoas em geral tentam não interferir muito com pais recém paridos, esperando para visitar quando sabem que a família já está recebendo visitas, fazendo visitas rápidas, sabendo que nas primeiras semanas, já um intenso período de adaptações, dias e noites longas e pouco tempo (e disposição) para socialização.
Vejo também, que canadenses só vão segurar seu filho (a) se você oferecer, não vem já tirando a criança dos braços dos pais, independente de ser um bom momento ou não. Não tem beijo no rosto do bebê, nem balançar no ar, nem dar o dedo pra criança chupar e por vezes, nem pegar na mão.  Eu até era bem desavisada com isso antes de ter filhos aqui e como eu sempre adorei bebês, mostrava interesse de segurar aquelas fofurinhas (e algumas vezes recebi um sorriso amarelo e não segurei) e tal. Aprendi a me controlar e hoje, entendo perfeitamente o porquê desses hábitos.

9. AMAMENTAÇÃO

Por aqui, as campanhas sobre aleitamento manterno são intensas, como acredito que seja em diversos lugares do mundo. É super incentivado amamentar no peito, até 1 ano pelo menos, se possível. Há consultoras de aleitamento gratuitas (e pagas também) e diversos lugares mantidos pelas províncias, onde há informações e acessoramento.
Agora, pode ter sido sorte minha e uma opinião super pessoal, mas nunca sofri nenhum preconceito em vezes que tive que amamentar em público e não foram poucas vezes, tanto com Alice, como com Diana (por 2 anos em média, cada). Como eu amamentava em livre demanda, não importava o lugar nem a hora. Eu sempre utilizei o protetor para cobrir a área (ou uma manta), mais por eu me sentir melhor, mantendo minha privacidade do que qualquer outra coisa. Eu também raramente me importo com o que pessoas estranhas pensam, então já facilita pra mim. hehe
Vejo também muita gente usando mamadeira e carregando a latinha ou saquinhos com fórmula. Grandes lojas e shopping centers tem sala de amamentação, com cadeiras e  raramente microondas, já que a maioria das pessoas que usam fórmula, servem o leite em temperatura ambiente.

10. ALIMENTAÇÃO

introdução alimentar
Diana quando começou a comer…
Esse quesito vai um pouco mais adiante na vida bebezística, mas vale. Lá pelos 4 meses, alguns pediatras recomendam começar a introdução alimentar (escrevi sobre isso aqui), geralmente (ou melhor, no nosso caso) iniciano com papinhas de cereal em pó (arroz, aveia, cevada)  e lá pelos 6 meses de idade, introdução de papinhas de vegetais primeiramente e depois de frutas. Quando eles começam a saber mastigar melhor, tem algumas bolachinhas de arroz que desmancham na boca que comecei a oferecer também (e sempre foi um sucesso). Depois disso, a grande maioria abre o leque pra coisas usuais do cardápio, porém em pedaços pequenos.
Ninguém vai oferecer algo para o seu baby por aqui, sem te pedir permissão antes. Pode ser essas bolachinhas, pode ser uma papinha pronta em sachê, pode ser apenas um suquinho de frutas. Não importa quanto boa a intenção ou o produto, ninguém assume que pode ou deve alimentar filho alheio sem perguntar antes (a criança pode, por vezes, estar babando pela coisa, mas ainda, perguntam).
Acho que tudo parte do fato de muitos bebês poderem ter alergia a alimentos diversos, tem a questão de germes e bactérias (passando de adultos para os pequenos ainda construíndo seu sistema imunológico) e simples fato das pessoas não interferirem na rotina que não conhecem (tipo, a criança não come tal coisa ainda, tem intolerância, vai almoçar em breve etc).

11. CELEBRAÇÃO DOS MESES

Mesversário 3 meses
Comemorando os 3 meses da Alice…
Uma coisa que talvez não era prática há alguns anos e hoje é bem difundido, é a celebração de cada mês da vida do bebê, até 1 ano de idade, o chamado mesversário. Quando Alice nasceu, há mais de 6 anos, já se ouvia falar e eu fazia uma pequena sessão de fotos por volta da data que ela completava mais um mês e se tivesse algum bolo ou cupcake/muffin em casa, ascendia uma vela para marcar o momento. Pelo que me consta, é o que as pessoas fazem por aqui.
Mas o que eu ia comentar mesmo era a super-produção de mesversários no Brasil. Imagino que não é todo mundo que faz isso, claro,  mas alguns que vi parecem festinhas de aniversário mesmo, com decoração, bolo personalizado, convidados, balões etc. Acho lindo até, mas sinceramente fiquei mais surpresa e impressionada (especialmente pelo trabalho que deve dar e o custo que deve ser). Não tenho energia ou $$ para essas coisas a cada 30 dias por 11 meses! hehehe.
***
Bem, espero que vocês tenham gostado! Me avisem se há mais coisas que esqueci de citar aqui ou se tiverem perguntas – pelos comentários!
Até!
Adri

One Comment