Arthur: relato do parto
Baby Arthur |
São mais 3 meses desde o terceiro maior acontecimento da minha vida como mãe, a chegada do nosso gurizinho Arthur. Como pode?! E apesar de realmente não ser novidade pra mim, cada gravidez, cada bebê e consequentemente, cada trabalho de parto é único.
Umas 9 horas antes do Arthur nascer – sem saber que conheceria o nosso mais novo amor, tão em breve… |
Meninas na cama e meus pais recolhidos para seus aposentos (eles ficam no nosso basement – andar inferior da casa – ontem temos espaço amplo, banheiro e uma certa privacidade e silêncio do resto da casa), eu e Diego resolvemos assistir algo na televisào e eu não estava achando posição confortável para sentar, ficava me mexendo o tempo todo, incomodada. Pouco antes das 11, resolvi ir dormir.
Lá pela meia-noite, acordei com mais contrações. Ainda não muito doloridas, mas avisei Diego e começamos a monitorar. O ritmo ainda não era consistente, então resolvemos esperar um pouco. Após um pouco de incerteza, finalmente a 1 da manhã liguei para midwife, que atendeu o telefone com aquela voz de sono. Ela me disse para ligar em 30 minutos, se as contrações continuassem e foi o que aconteceu. Em meia hora, liguei novamente e ela nos indicou a ir para o hospital.
Chamei minha mãe para ficar de olho nas meninas, já que era madrugada e demos um beijo bem de leve nelas, para não acordarem. Quando nos víssemos novamente, teriam já o irmaozinho.
Chegamos no hospital pouco depois das 2 da manhã (12 minutos de casa) e eu me dirigi a maternidade e Diego foi estacionar. Sim, eu estava tendo contrações, um pouco doloridas, mas bem toleráveis pra mim. Cheguei ao balcão sozinha, avisei que estava lá para encontrar a midwife e que estava em trabalho de parto. Imagino que a moça responsável provavelmente duvidou que eu realmente estava.
E eu, em trabalho de parto, esperando Diego estacionar o carro e a midwife chegar: claro, tirando foto do corredor do hospital…haha |
Enfim, após alguns minutos a midwife chegou, e nos dirigimos ao quarto de parto. Todo mundo bem tranquilo (nós 3 somente na sala). Ela checou a dilatação e estávamos com 6cm já. Eu tinha sim que parar e respirar fundo durante as contrações, mas fora isso, conseguia apreciar bem o momento e aceitei a opção de ir para a banheira, que logo começou ser enchida.
Em nenhum momento, diferentemente das duas vezes anteriores, eu pensei de pedir peridural. Não é que tava assim tão fácil não, acho que eu só estava mais mentalmente preparada para encarar o que viesse, do jeito que eu tinha pensado, ou seja, sem anestesia (já que eu já tinha feito nas outras duas vezes né). Talvez porque todo o prenatal foi considerando que eu não pediria ajuda com a dor. Mas enfim, não tenho absolutamente nada contra quem opta por peridural ou qualquer outra analgesia, é tudo muito pessoal e cada pessoa tem seu poder de decisão.
Positivo e operante! |
Com a banheira cheia de água quente, entrei na esperança de ter algum alívio (eram 2:45 da manhã). Mas foi aí que começou a parte mais difícil. Poucos minutos depois que entrei na água (umas 2 ou 3 contrações apenas), as contrações mudaram radicamente, de toleráveis, para basicamente intoleráveis. Eu avisei que provavelmente a pressão que estava sentindo era o meu corpo já empurrando baby Arthur para fora e resolvemos ir para a cama mesmo, porque pelo jeito, a hora estava chegando e chegando rápido.
Banheira do quarto de parto |
Daí pra frente, é meio nublado pra mim. Lembro da segunda midwife chegar e oferecer ajuda. Solicitei o gás (NO2) para aliviar um pouco, ou pelo menos, dizem que tira o pico da dor. Eu tentei utilizar, mas não senti muito ajuda não.
No fim das contas, começei a empurrar, tentando respirar controladamente, mas obviamente, a dor era tanta, que eu só respirava super rápido e curto. Lembro das midwifes me falando para tentar se acalmar e respirar mais fundo. Impossível!
Nos primeiros minutos o meu corpo tentava empurrar por si, enquanto ela organizavam as coisas e foram uns 20 minutos de eu empurrando pra valer, quando a bolsa estourou. Diego e as midwives ali ao lado me incentivando, dizendo que estava perto. Eu sentia tudo, realmente sentia cada progresso e que ele estava quase com a gente do lado de fora. Baby Arthur nasceu por volta das 3:30 da manhã, com 3.4kg e 51cm.
Na cara inchada e na coragem! Baby Arthur com poucos minutos de vida… Cansada, mas feliz, muito feliz! |
Éramos apenas 4 pessoas no quarto, as duas midwives, Diego e eu. Baby Arthur já começou a chorar antes mesmo de sair inteiro do “forninho” e veio direto para meu colo. Momento incrível por diversas razões, especialmente pelo alívio de ter lidado com a parte mais difícil e claro, o baby ter nascido bem e saudável.
Sendo pesado, medido e identificado (todos os babies recebem tornozeleira eletrôncia e bracelete com nome dos pais. |
Aí vem os finalmentes, cordão umbilical parou de pulsar, Diego cortou, a placenta “nasceu” e um pequeno ponto para uma pequena laceração que tive. Enquanto isso, Arthur teve sua estréia em mamar e ficamos alí só nós 3, nos conhecendo (midwives saíram do quarto por um tempo). Quando ela voltou, já era pouco depois de 1h após o parto, aí Arthur foi pesado, medido, ganhou fralda e foi pegar um calorzinho com colo do papai.
Conhecendo o papai. |
Umas 3 horas após o parto, fomos movidos para um quarto privativo (que pedimos com antecedência e precisa estar disponível) e começamos a nossa primeira noite juntos (já manhã bem dizendo). O quarto era pequeno e bem simples, mas tinha tudo que precisávamos. A midwife nos explicou alguns detalhes e depois de certificar que estávamos confortáveis, veio dizer que estava de saída e viria na tarde seguinte para nos ver. A partir daí, a equipe do hospital que tomou conta da gente, vindo checar eu e o Arthur a cada 2 ou 3 horas.
Sapinho recém-nascido |
Achei fofo que uma das moças do hospital fez essa plaquinha personalizada… |
Pela manhã, Diego foi buscar meus pais e as meninas em casa para uma visita ao hospital para conhecer baby Arthur. As meninas estavam super ansiosas e um pouco abatidas por terem acordado sem nós dois em casa. Mas já de cara amaram o irmãozinho. Momento que vai para a listinha dos inesquecíveis, com certeza.
Momento único! Todos se conhecendo… |
Primeira foto de nós 5! |
Todos os profissionais que nos atenderam foram super gentis e prestativos. Poderíamos ter optado por ter tido alta na manhã seguinte, por volta de umas 6 horas após o parto, mas preferimos ficar por lá, fazer todos os exames de rotina no Arthur ainda no hospital. Acabamos voltando pra casa na manhã do dia 16 (passando apenas 1 noite inteira no hospital).
As equipes da maternidade estão prontas para passar diversas informações, tipo como cuidar do bebê, amamentação, trocar fraldas, dar banho e outros cuidados. Mas como era nosso terceiro baby, eles julgaram que já sabíamos muitas das coisas e nem ficaram repetindo, o que eu achei bom (mais privacidade para nós).
A minha opinião final sobre ter tido midwife para o pre-natal e parto foi bem positiva, apesar que minhas experiências prévias, com obstetra, também tinham sido legais. A principal diferença foi na hora do parto mesmo, da privacidade de ter somente nós e elas duas (as midwives) durante todo o processo e todo o trabalho de parto ter se desenrolado bem no meu ritmo (e do Arthur), sem estresses e pressão. Ela não ficava contando/me pressionando na hora de empurrar e dizia para o fazer na hora que eu sentisse vontade. Enfim, achei mais relax o atendimento (ainda extremamente intenso, claro).
Comida do hospital era bem variada e eu não tive do que reclamar… |
Vestindo Arthur para ir pra casa… Diana veio nos acompanhar… |
7 Comments
Isabela Kruger
Ei, Adriane!
Estava ansiosa esperando seu post.
Adorei! Me aliviou muito sobre ter nenem em Ottawa e esclareceu muito sobre a Midwife.
Perguntas:
– Então a gente pode pedir analgesia ou peridural mesmo optando pela Midwife?
– Ela orienta depois com a amamentaçao? (no meu caso, mae de primeira viagem, hehe)
– Nas consultas você foi na clinica dela ou ela vai até sua casa?
– Ainda não tenho health insurance, só OHIP, voce julgaria importante contratar um insurance
antes ou durante a gravidez?
Obrigada e Felicidades pra voce e sua familia!
@belakrug
Adriane Jungues
Obrigada!!!
– Pode pedir peridural sim, mas vai ser executado pelo pessoal do hospital mesmo… eu nem cheguei a discutir isso, entao não sei os detalhes.
– Elas orientam sim com amamentação, mas recomendam especialistas se for necessário (elas discutem o básico).
– As consultas de pre-natal eram todas na clínica de midwives.
– Eu contactaria insurance antes, sem dúvida, só para entender tudo que é coberto e o que não é. Tipo, não sei se insurance cobre serviço de midwife, como o OHIP cobre.
Beijo!
Juliana Proença
Que lindo o seu relato Adriane! Realmente emocionante!
Bela
Obrigada pelas informações!!!
Unknown
Amei o texto/relato. Parabéns para vcs!
Candice
Que legal! Parabéns pelo lindo baby. Fazia tanto tempo que não visitava o seu blog e quando venho olhar já tem o terceiro bebê.
Eu também tive minha menina dia 29-06, pena que não foi como esperado. No final de 30 horas de parto tive que fazer uma Cesárea de emergência pq ela estava em sofrimento e com a cabecinha presa.
Tudo de bom para você e sua família.
Beatriz Jungues
Família Linda e Amada!!!! Muita saúde, amor e prosperidade! Amo vcs 5